Você se lembra de quando os walkie-talkies e o Atari eram o auge da comunicação e do entretenimento nos anos 80? Naquela época, “feedback” era só um ruído incômodo em sistemas de som. Era um tempo em que os líderes tomavam decisões de mão única, e o feedback, quando existia, era sinônimo de bronca.
Hoje, em plena era digital, o feedback é muito mais que uma palavra da moda; é a base para construir equipes mais fortes e empresas mais inovadoras.
Assim como trocamos fitas cassete por playlists de streaming, precisamos atualizar a maneira como nos comunicamos no trabalho. Implementar uma cultura de feedback é como sintonizar sua organização na frequência certa, onde todos podem ouvir e ser ouvidos claramente. Mas, afinal, o que significa essa cultura, por que ela é tão importante e como colocá-la em prática?
Então, bora explorar essas questões e descobrir como o passado e o presente podem nos ensinar a criar o futuro da gestão de negócios.
Cultura de feedback é um ambiente no qual dar e receber feedback é uma prática regular e valorizada. Isso inclui elogios, sugestões de melhoria e conversas construtivas que ajudam indivíduos e equipes a crescerem.
Ela possibilita um ambiente organizacional onde a troca de opiniões, avaliações e sugestões é incentivada de maneira contínua e construtiva.
Mais do que uma prática isolada, trata-se de uma mentalidade que permeia as relações de trabalho, promovendo uma comunicação transparente entre líderes e equipes, fornecedores e clientes.
Os pilares da Cultura de feedback são:
Frequência: Com feedbacks regulares em vez de restritos a opiniões formais.
Bilateralidade: Tanto líderes quanto liderados compartilham suas percepções.
Foco construtivo: O foco é sempre o desenvolvimento, e não a culpa.
Treine líderes e equipes: Ensine como dar feedback de forma construtiva.
Crie rituais de feedback: Como reuniões regulares ou check-ins.
Dê o exemplo: Lideranças devem ser as primeiras a pedir e dar feedback.
Use ferramentas digitais: Plataformas ou aplicativos de gestão podem facilitar o processo.
Comece criando um ambiente de confiança. Mostre que o feedback é uma ferramenta para crescimento, não crítica pessoal. Use exemplos concretos e seja empático.
Ser vago ou genérico.
Fazer críticas em público.
Não oferecer soluções ou apoio.
Estudos mostram que feedback bem aplicado pode aumentar em até 39% a produtividade de uma equipe. Além disso, segundo a Gallup, que trabalha com pesquisas e opinião, as empresas com forte cultura de feedback têm 21% mais rentabilidade.
Pesquisas apontam que mais de 50% dos líderes não sabem dar feedback, o que destaca a necessidade de mais informações e treinamento para a implementação dessa prática. Além disso, feedbacks regulares diminuem a ansiedade e criam ambientes mais colaborativos.
As empresas que adotam uma cultura de feedback contínuo reduzem a rotatividade de funcionários e aumentam a inovação. Isso ocorre porque o feedback frequente ajuda as pesquisas a identificar e resolver problemas mais rapidamente, promovendo assim um alinhamento com os objetivos estratégicos da empresa.
O grande desafio atual é implementar feedbacks que realmente promovam mudanças positivas, evitando que sejam percebidos como críticas destrutivas. Líderes precisam atuar como facilitadores, promovendo um ambiente seguro para conversas construtivas.
E, assim como nos anos 80 as mudanças tecnológicas transformaram a forma como nos comunicamos, a cultura do feedback continua a reinventar como nos conectamos uns com os outros no trabalho.
Então, se quisermos criar um futuro de colaboração genuína, precisamos abandonar a velha visão de que feedback é apenas “apontar erros”, é momento de usá-la como um instrumento de crescimento, empatia e inovação, afinal, não estamos mais na era dos walkmans: o mundo pede streaming - de ideias, de melhorias e de conexões. O que você vai fazer para ajustar o som na sua empresa?
Conversas Corajosas: Assessment de Cultura de Feedback
No talk promovido pela inbix, disponível na plataforma para os usuários, as especialistas em gestão humanista, Andressa Bach e Rosangela Tavares Bach, analisaram o grau de maturidade das empresas do ecossistema quanto à aplicação de uma cultura de feedback.
Durante o diálogo, Andressa destacou que o principal objetivo da cultura de feedback é o desenvolvimento. Segundo ela, antes de qualquer processo, é fundamental criar uma base sólida de confiança e transparência. “Um dos principais desafios na implementação da cultura de feedback é a falta de transparência entre os setores. Deve existir uma comunicação integrada”, reforçou.
Resultados da Pesquisa sobre Cultura de Feedback
A análise dos dados coletados pelas empresas participantes do talk, que também responderam ao assessment, revelou que os pontos mais maduros do ecossistema da inbix são autenticidade e transparência.
No entanto, o levantamento apontou dificuldades significativas na implementação de metodologias para mensurar os resultados gerados pelos feedbacks.
A estruturação e prática eficaz de uma cultura de feedback demandam uma abordagem multidimensional, que engloba desde o estímulo à comunicação aberta até a criação de processos formais e tecnológicos para o acompanhamento.
O desenvolvimento contínuo das lideranças, especialmente em competências relacionadas ao feedback, e a adoção de ferramentas de monitoramento são cruciais. Esses fatores garantem que o feedback seja produtivo, alinhado aos objetivos estratégicos da organização e que promova o crescimento tanto dos indivíduos quanto da empresa como um todo.
Link de acesso ao talk sobre o assunto:
Por Mara Braun
Jornalista